Além disso, já são 30
anos nas costas e um pouco mais de inteligência política (ou não). Talvez por
isso que eu esteja curiosa em saber como essa guerra entre Rússia e Ucrânia, que me pegou
um pouco de surpresa às 7 da manhã, influencia a Espanha. De
todos os modos, qualquer guerra que tenha Rússia no meio já me preocupa, porque
essa galera tem fama de assustadora.
Antes de começar, quero dizer que nunca estive no leste Europeu e que pouco ou nada sei de história. Sempre fui má aluna e meu sonho é saber um terço do que a Gabriela Prioli sabe. Porém eu me esforço e li as principais notícias publicadas esta manhã de fontes confiáveis como El País, El periódico e Onda Cero, por exemplo. Se eu estiver errada ou falar besteira, amigávelmente, me manda as fontes que eu quero aprender.
# O INÍCIO DA GUERRA
(para Dummies como eu)
Tudo começou quando Rússia
e Ucrânia eram membros da União Soviética, até que se independizaram em 1991. Neste
momento, parece ser que os ucranianos se moveram (ideologicamente) em dois
movimentos: um nacionalista e outro que queria manter sua afinidade histórica
com Rússia, inclusive o idioma (pro-Rússia).
Doze anos depois, Ucrânia elegeu Víktor Yanukóvich para o poder: um governo pro-russo... porém, a galera nacionalista de Kiev (a maior cidade da Ucrânia) e do oeste da Ucrânia se manifestaram contra este governo, porque ele retrasou um acordo de associação entre Kiev e a União Europeia para beneficiar a Moscow. Isso gerou uma revolta e Víktor foi destituído 3 meses depois. Este movimento ficou conhecido na história como Euromáidan.
Resulta que em 2014, a
Rússia (sob ordem de Putin) ocupou um território Ucraniano chamado Crimea
(cuja maior parte da população era pro-Rússia) e a anexou à Federação Russa através
de uma intervenção militar.
Como resposta, o novo
governo nacionalista da Ucrânia junto com a OTAN (Organização do Tratado do
Atlântico Norte) e a ONU bateram o martelo que a ocupação militar e a junção
de Crimea à Rússia foi ilegal, e exigiu sua separação. Porém, o
tal do Putin é muito escroto e continuou mobilizando mais de 120mil
militares à fronteira da Ucrânia.
Se não fosse
suficiente com “roubar” Crimea da Ucrânia, Putin (russo) decidiu
reconhecer a independência de Donetsk e Lugansk (outras duas cidades ucranianas),
só porque a maioria da galera lá tinha afinidade pelos russos.
Aí os nacionalistas ucranianos e os pro-russos (também ucranianos) começaram a se matar tanto, que desde abril de 2014 são mais de 14.000 vítimas mortais. Entre outros momentos de tensão, houve a morte de um dos líderes do movimento (Alexandr Zajárchenko) e a declaração de Joe Biden sobre Putin ser um assassino. E no final das contas, Donetsky e Lugansk se separaram da Ucrânia e agora as duas regiões são autoproclamadas autônomas.
Neste meio tempo, Kiev solicitou se incorporar à OTAN e aí Putin ficou muito puto porque ele acha que isso ameaçaria a segurança da Russia (já que a OTAN tem origem americana.
E eis que chegamos ao dia 24 de fevereiro de 2022, quando Putin resolve realizar uma “operação militar especial na Ucrânia” (também chamada de Guerra) para defender todos os pro-russos (da Ucrânia) que durante todos estes anos sofreram perseguições dos nacionalistas ucranianos (na Ucrânia), além de evitar ataques da OTAN (que não pretendem atacar ninguém). Ou seja... Putin é um enxerido, que fica se metendo na política do país dos outros em benefício próprio.
Dito tudo isso: quer
descobrir como a guerra na Ucrânia afeta à Espanha?
Pra começar, “Guerra”
significa morte de gente inocente, ponto, e ninguém quer que isso suceda.
Por isso que a Espanha já deu carta branca para aceitar os ucranianos que venham
refugiados à Espanha. Isso é bom a depender do seu ponto de vista político, mas
a extrema direita daqui (que está ganhando cada vez mais força) não é muito a favor
da imigração... então, depois eu conto pra vocês as cenas dos próximos capítulos.
Pra completar,
existem militares espanhóis, que formam parte da OTAN (Organização do
Tratado do Atlântico Norte), na Letônia (fronteira com a Rússia) e claro, estão
em perigo.
Porém existe uma
coisa que se chama “dinerito”! E aí quando o bolso dói, a preocupação aumenta.
Nesse contexto, as duas principais preocupações do Espanhol são:
Primeiro e menos
importante, que a guerra prejudica a indústria agroalimentária, já que 27,6%
das importações de milho da Espanha procedem da Ucrânia e 60% do nosso azeite
de girassol é vendida para os ucranianos. Isso gerará uma crise agrária, e os agricultores
pedirão medidas econômicas compensatórias.
E em segundo lugar, e
mais importante, a guerra gera mais inflação e aumenta o risco de desabastecimento
de gás e petróleo (os quais já vinham subindo nos últimos meses na Espanha)!
Isso se deve ao fato
de que Rússia y Ucrânia som importantíssimas fontes de energia. A Rússia é a
principal provedora de gás da União Europeia (apesar de que a nossa principal
fonte de gás vem da Argélia), e quase 5% do petróleo usado na Espanha vem de lá.
Ou seja, a conta de luz e do gás já estão subindo de maneira considerável em
terreno europeu.
Por sorte, reza a
lenda que a Espanha se encontra melhor que muitos países da União Europeia,
porque não depende exclusivamente do gás russo. Além disso, também se encontra
em uma posição estratégica muito positiva, porque poderia enviar gás ao resto
de países aliados da Europa. Mas, como na guerra ninguém luta sozinho, qualquer
que fosse o lado que a Espanha escolhesse se aliar, viria acompanhada de impactos
econômicos.
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